O perigo da automedicação

Nos últimos 10 anos o crescimento foi de 400%, ou seja, 6631 mulheres morreram em 2010 

Segundo uma pesquisa, as mortes por analgésicos controlados, cresceu 400% nos últimos 10 anos (Foto: Divulgação)

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos mostrou que entre as mulheres o número de mortes provocadas pelos analgésicos controlados é quatro vezes maior que overdose de cocaína e heroína juntas. Nos últimos 10 anos o crescimento foi de 400%, ou seja, 6631 mulheres morreram em 2010. Os homens também apresentam grandes problemas com o mau uso dos remédios.

De acordo com o órgão, o crescimento de óbitos entre as mulheres, pode ser explicado porque elas sofrem mais de dores crônicas. “Estes medicamentos devem ser usados sob prescrição médica e indicados principalmente em casos de dores severas como câncer, mesmo assim, fazem cada vez mais vítimas pelo consumo excessivo”, explicam especialistas.

Especialistas ainda explicam que o analgésico além de aliviar a dor, provoca uma sensação de bem estar e depois que a pessoa melhora, continua querendo o remédio, para manter a sensação, e isso leva a dependência. Além disso, efeito tóxico demora dias para sair do organismo e o medicamento em excesso sobrecarrega fígado e rins, podendo provocar a falência dos órgãos.

Em outra pesquisa, a descoberta é de que o uso abusivo de paracetamol ou aspirina, definido como 300 gramas por ano, estava ligado a uma condição conhecida por causar calcificação e diminuição no tamanho dos rins.

Por outro lado, existem os analgésicos e anti-inflamatórios com venda livre e que muitos possuem em casa na famosa “farmacinha”, sendo que estes remédios são bem mais fracos do que os apontados pela pesquisa norte americana, porém, o comportamento que leva a dependência é o mesmo e a tendência é gerar a necessidade de quantidades maiores para obter o mesmo efeito.

Riscos
De acordo com o professor do curso de Farmácia do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus de Palmas, Rodrigo Batista de Almeida, o problema de ter os medicamentos em casa, na “farmacinha” é a automedicação, que muitas vezes é uma escolha equivocada, pois, sem o tratamento indicado, pode causar doenças ou ainda prolongar o problema.

Em casa
A professora Rosane Luz Santos relata que “é mania do brasileiro tomar remédio por conta, e muitos remédios não são proibidos, assim é possível comprar”, disse, acrescentando ainda que “eu tomo por conta, e às vezes dou para á minha filha, sei quais são receitados sempre, mas tenho consciência do perigo e das consequências para a saúde. Sempre que posso evito a automedicação, principalmente para ela”, completa.